Luís Variara

1875-1923

Luís Variara nasceu em Viarigi, na província de Asti, Itália, no dia 15 de janeiro de 1875. Sua família era profundamente cristã. O pai, Pedro, tinha ouvido Dom Bosco falar em 1856 quando viera até o povoado para pregar uma missão. Decidiu, então, levar Luís a Valdocco para que continuasse ali seus estudos.

O Santo morreria quatro meses mais tarde. Mas o conhecimento que o pequeno Luís teve de Dom Bosco bastou para marcá-lo por toda a vida. Terminado o ginásio, pediu para ser salesiano. Entrou para o noviciado em 17 de agosto de 1891. Variara estudou filosofia em Valsalice, onde conheceu Pe. André Beltrami. Muito o impressionou a alegria com que enfrentava sua enfermidade.

Em 1894, Pe. Miguel Unia, célebre missionário dos leprosos de Agua de Dios, estava em Valsalice para escolher um clérigo que se ocupasse dos jovens leprosos. Entre 188 colegas que tinham a mesma aspiração, fixando o olhar em Variara, disse: “Esse é meu”.

Luís chegou a Agua de Dios no dia 6 de agosto de 1894. O leprosário tinha 2 mil habitantes, dos quais 800 leprosos. Apenas chegou, Luís se tornou a alma dos doentes, de modo especial das crianças. Organizou uma banda musical, animando os doentes com um inesperado clima de festa.

Em 1895 morreu Pe. Unia. Luís ficou sozinho com Pe. Rafael Crippa. Em 1898 foi ordenado sacerdote. Imediatamente se revelou um ótimo diretor espiritual. Em 1905 terminou a construção do “Asilo Padre Unia”, um internato capaz de hospedar até 150 órfãos e leprosos, e de garantir-lhes a aprendizagem de um trabalho e uma futura inserção na sociedade.

Em Agua de Dios, junto às Irmãs da Providência, tinha surgido uma Associação das Filhas de Maria, um grupo de 200 moças. Pe. Luís era seu confessor. Descobriu no grupo algumas que se sentiam chamadas à vida religiosa. Nasceu assim o ousado projeto – coisa única na Igreja – de um instituto que permitisse aceitar também doentes de lepra. Inspirando-se na espiritualidade do Pe. Beltrami, desenvolveu o carisma salesiano de viver como vítima e fundou a Congregação das Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, que hoje conta com 600 religiosas.

Essa fundação lhe causou muitos sofrimentos por causa da incompreensão das pessoas e de alguns superiores, que, diversas vezes, julgaram oportuno afastá-lo de Agua de Dios. Como Dom Bosco, foi exemplar na obediência. Perante as calúnias, jamais pronunciou palavra. Era crível porque obediente. Pe. Rua, desde Turim, o encorajava. Morreu em Cucuta, na Colômbia, no dia 1º de fevereiro de 1923, longe de seus queridos doentes, como a obediência tinha determinado. Hoje repousa em Agua de Dios, na capela de suas Filhas.

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